segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ditador

depois de um dia friamente calculado
e de ordens e mais ordens de "despacho"
O cara vai se deitar
e em meio a todas as suas certezas
ecoa em sua mente
E se o acaso fosse uma desculpa
Pro destino não nos parecer tortura?


I.G.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Brisa

nuvens desfigurando a cara do meu hipopótamo
nuvens reafirmando as causas do meio-norte
nuvens transformando-se numa enchente de alegorias
nuvens descolorindo um céu de monotonia

nuvens de formas, de fontes... desejos
nuvens que mal cabem em nossos enredos
num límpido céu de inverno

I.G.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Os últimos segundos me trouxeram boa fé
e a fé, se é boa, pode ser no que quiser

Pode querer o que nos faz falta
ou fazer falta no que queremos

Essas pequenas e ilustres escolhas
nos escolheram pro próximo drink
nos amassaram
pela vaidade de não ter que tirar nossa casca.

Quando não se tira casquinhas.
É. Quando não se tira casquinhas.

É bem ali
onde ela se esconde -a fé-
no sonhar sereno do limão coberto, mas murcho
É bem ali,
entre a casca deixada e o suco secado...
E é isso que os sóis virão lhe dizer.

I.G.