quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sou nada

Eu não sou aquela pessoa pro resto da vida
Nem na amizade, nem na saudade
Eu sou apenas mais um esquecimento qualquer
Pra você se lembrar quando me vir passar
e se esquecer já no próximo olhar.

Eu não sou aquela que mudou seu rumo, seu mundo, seus trejeitos.
Nem se quer pertenci ao top dos seus desejos.
Eu não sou aquela pessoa de quem você sente receios
Nem a das loucuras insanas, ou aquela que baba em seu travesseiro.
Não sou a da história engraçada, nem a da trágica, muito menos a da manjada.

Eu não fui nada.

Sua vida sem mim seria a mesma basbaquice que é...
Minha vida sem você
Jamais viria a ser
de tamanha bravura.

Nada mais esplêndido e imbecil do que um amor perdido assim aos fios
Um amor traçado por um lado só, sofrendo, rindo e vivendo só

E a solidão certeira é o destino árduo daqueles que como eu não foram nada
Em nenhum momento. Nenhum anseio.
Nenhum sorriso, nenhum devaneio...
Não fui genial, nem querida... Nem um dedo em sua ferida

E como quero então ser mais que esse borrão
Que se lembra ao ver passar e se esquece no próximo olhar?

de: isa g.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mutualismo

Observei-o atentamente
nas pedaladas da madrugada
Até unir-se ao horizonte
E, assim mesmo, não pude distinguir
Se era ele que levava a madrugada
Ou se ela que o levava

Só sei que em suas pedaladas
-dele ou dela-
Existia uma alegria sincronizada
A noite e o garoto
tinham uma mesma vibração
E, por nada, além disto
Se bastavam
A madrugada empurrava o menino
O menino empurrava a madrugada
No balanço das pedaladas
Dele ou dela? Dela e Dele!

de: isa giorgiano

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

...

envolto nas ironias do amar de mais
retratos viram memórias
lixos viram história
o céu vira um palco
e somente em mim
os fatos vão tornando
tudo mais vivo
mais dolorido
mais impossível de se esquecer...

isa giorgiano

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Buracos rasgados ressentidos
um sangue escorrendo sem destino
o suor das tuas mãos

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

estados desconectados

O sabor amarrado

da boca recém acordada

mal sabe do som surdolento

que arranca o sonho

e põe-me em consciência

De: Isa giorgiano

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O velho concelho está a minha espera
Mas a cigana ainda me engana
com o olhar
cheio do mistério
de uma vida sem critérios
entre o real e o esplendor

De: isa giorgiano

suspiro mal feito

Os meus suspiros
são os mais suspeitos
de terem faltado com o respeito
mas quem impedirá
ou julgará
um simples suspiro de efeito
quem não sorrirá
ou simpatizará
é um simples suspiro de efeito
um desabafo mal feito
perante qualquer momento eleito
pelo meu instinto rarefeito
nesse cosmos de preconceitos

De: Isa Giorgiano

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Modelo

será feito
seria foto
era firme
é falho.

De: IG

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aquarela

Aquarela
e cor já não é mais aquela
Aquarela
e tudo vira cautela
Aquarela
a consistência e a vibração
se diluem por tuas mãos
e o que era vivo ficou calmo
Aquarela
e se fecha a janela
pra todo e qualquer berro
O mundo aquarelou
e a que ponto ele nos leva?
Aquarela.

De: Isa Giorgiano

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

e se..

Se o que vejo
sinto e interpreto
não faz sentido
mais pra ninguém
quem é que me dirá
onde é o certo
onde é o néctar
onde é que sou eu ?

Se o que penso
crio e desprezo
me faz perdido
nesse mar de vinténs
quem é que me dirá
onde está o secreto
aonde vai meu teto
onde tenho que ser vocês?

Se lanço-me
veloz e destemido
a perder a vida
o que é?
coragem ou covardia?
me digam dessa vez
quem é o certo?
esse
que fique quieto
pra ouvir a liberdade
de um fundo do poço
bem generoso

De: isa giorgiano

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tem

tem dias que você não está pra poesia
tem dias que a poesia não é pra você
tem dias que você não é poesia
tem dias que não estão pra você
tem poesias que estão no dia-a-dia
tem dia que não quer nem saber
tem sábio que mal sabe escrever
tem escritor que nem sabe o que lê
tem leitor que pensa que é o sábio
tem sábio que mal sabe no que crer
tem crente que está na tua crendice
tem crença que dá pra escolher
tem quem não crê nem na própria mente
tem mente que não crê no que vê
tem visões que você e a poesia criam
num pilar tão sólido e mórbido
que ninguém mais pode ter
e quem tem, meu querido, não é você
nem ninguém
mas tem dias que a poesia tem.

De: Isa Giorgiano

isso basta

Aqui está.
Ó muito obrigada!
jamais esquecerei desta estrada
sim ! Porquê?
Por que aqui está ...

de: isa giorgiano

terça-feira, 27 de julho de 2010

conquistas?

Renascemos
E nenhuma armadura mais nos protege
Somos os filhos da nossa própria luz

Liberdade, Igualdade e Fraternidade
E nenhuma armadura mais me protege
Sou filho da mesma nação mundana que vós

Governo do Povo
E nenhuma armadura mais te elege
Tu ainda és

De: isa giorgiano

domingo, 11 de julho de 2010

quando a música começa

A música começa
e o tempo acabou
as vibrações falam por si
o céu desabrocha
no anil do alaranjado
no perfume desajeitado
dessas formas sutis
os sentimentos tornam-se ginga
e o gingado move a catinga
pra alegria da batucada
pro roteiro descontrolado
dos violinos e dos arrepios
a canseira toma o espaço
do qual a fome já se cansou
e o patrão aplaude o criado
sem ser faixada
e sem a piada
que o seu sarcasmo
um dia inventou
o suor arranca a preguiça
e o som alcança as raízes
que a moeda
uma vez arrancou
as crises viram marolas
e as crianças contam a história
de um verdadeiro caso de amor

De: isa Giorgiano

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O branco mais branco

Esqueci
e as pétalas macias
na aspereza dos toques
beiraram o sabor cheiroso
do arrepio da mente
o calar dos cílios
diante do brilho
do brancor legítimo
vingaram todo o tempo perdido
O rechear da mente
no murchar da flor
fez do tempo
irrelevância
e do perdido
imponência
No falar mudo
amontoado
a confusão
tornou-se prato
Esqueci
e o lembrar
não me importa!

De: isa giorgiano

escuridão e ãos

E o que dizer da escuridão
se a definição
não vai além da compreensão
e o escuro mal cabe
no rascunho da imensidão

De: Isabela Giorgiano

segunda-feira, 5 de julho de 2010

cegueira

São lindas as luzes da cidade
ao longe!
Se em meio delas
ofuscam o brilho celeste

De: isa giorgiano

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olhe

Olhe!
de meus medos
sei muito bem
e de meus desejos
muito além

das vitórias
sei todas as derrotas
das decisões
todas as dúvidas

dos amigos
os perfeitos
e da perfeição
os defeitos

das riquezas
a história
e dessa as lições

da coragem
os riscos
do apoio
a gratidão
da saudade
a ilusão

mas olhe!

dos olhos
sei o indescritível
e dessa sensação
todos os sorrisos

De: isa griorgiano

O valor do concreto!

Veja! Concreto!
É seguro, preciso
Olhe de perto...
O que tanto valoriza
Uma massa cinzenta
De números e cálculos
Qual é o valor do exato?
Valor, certeza, segurança
Tudo isso, meu caro
É abstrato!

De:Isabela Giorgiano

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quero o mundo
Quero o nada
Quero o riso
e o choro
e o abismo
o abraço.
E não há o que se encaixe
e não onde me encaixem
Quero uma caixa
um buraco qualquer
onde possa botar o infinito
de toda imprecisão
o infinito de cada sensação
que me expulsem
que me humilhem
que me insultem
mas que deem alguma consideração
ao vazio absoluto dessa perdição
ao circuito fechado
de todos os pensares
como nos levaram a insolução?
Quero conivência com o humano!

De: Isabela Giorgiano

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ordem de grandeza

e esse mundo?
e esse homem?
e esse húmus?

De: Isa Giorgiano

sábado, 12 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quem é o alojado?

Uma toca sob meu telhado
quem é o alojado?
Os retirantes
fazem festa
no casar
da nova orquestra
que sabor fará discreto
seu destino por completo?
que sabor divulgará
tudo aquilo que encontrar?
Os retirantes
fazem luta
no divorcio
dessas putas
que sabor será honesto
e seu destino um manifesto?
que sabor expor-se-a
a tudo aquilo que odiar?
Quem será o alojado
e de quem é esse telhado?

De: Isabela Giorgiano

terça-feira, 1 de junho de 2010

genial geração

Nós somos a geração que procura por gênios
Somos a genialidade da casca vazia!
Sem necessidade de crenças
De ideários
De lendas
Ou de ousadias
Sem quaisquer objetivos se não a morte digna
Digna de coroas de flores fedidas
De pessoas chorosas, não doloridas
De emendas no epitáfio
E da certeza de que nossos ensinamentos
Serão respeitados e seguidos
Ou até proclamados:
Clareza aos que não precisam de maiores explicações!
E desventuras àqueles que acharem de tal afirmação uma injuria
O pão e circo virou garantia para
Deterem todos os pensamentos num único fim
O de fazer de tudo um consumo
E do consumo um elixir
Tornando todos um amontoado
De genialidades de ego
E só
Um ego bobo e vaidoso
Que foge qualquer alvoroço
Que possa sua imagem ferir
E ainda sonhamos
Com um lugar mais justo
Mas sonhos sem lutas são torturas
Ilusões ilustres
Realidades inúteis!
Real identidade de uma geração
Que procura por gênios
Que tem a genialidade da casca vazia
Uma gente nada genial!

De: Isabela Giorgiano

sexta-feira, 28 de maio de 2010

amanhã

Medo, metáfora mística
Daquilo que não alcançamos
Peso piedoso e profético
Que nos ombros carregamos

De:Isa Giorgiano

segunda-feira, 24 de maio de 2010

As caras

Tua cara se decompõe
Teu acervo está decorado
Tuas histórias reprisadas
Tua cara se decompõe
Em rosto e face
Teu rosto é sereno
Não sorri, não chora
Não pensa
Tua face é mórbida
Não se move, não se corta
Não experimenta
Tua cara se decompõe
Porém em duas metades iguais
Não se complementam
Não são adversas
Não deixam opção
Onde está a opinião?
São apenas a mesma sucata
Mascarada em diversas mesmices
Tua cara se decompõe
Em milhões de caras
Com os mesmos acervos decorados
Com as mesmas histórias reprisadas
Com a mesma ausência da metamorfose
Tuas mudanças são meras reeleições
Meras votações de um povo acrítico!

De: Isa Giorgiano

Vire-se

As opções
não são nada além
do seu campo de visão

De: isa giorgiano

quinta-feira, 20 de maio de 2010

pobres relatos

Quem diria ou discutiria
as nossas vidas?

quem se importaria?

quem repararia
que toda essa pequenês
reflete mais
do que quaisquer vintém?

Quem se atreveria
a divulgar pelo mundo
o estalar
mágico
Hilário
e ingrato
de nossos pobres relatos?

Quem faria a notória
visão
de que o proveito
não vem dos feitos
não vem dos defeitos
não vem da arrecadação
nem de tamanha produção

feliz desse visionário
feliz do simplismo complexo
do viver por ser
e ser por viver
viver realmente e intensamente
os nossos pobres relatos

De: I. Giorgiano

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A flor de cerejeira

Sempre o mesmo
Cor de rosa, primavera
Que alcança o auge
Do mais belo sentir
Nunca o mesmo
Cor de rosa, cor de anil
Que pra cada um que olha
Se torna um novo timbre
Um novo existir
De que interessa
Se as coisas se repetem
E se os dias são sequências
De um mesmo desejar?
De tudo importa
Que a cada sol que nasce
A vida encontra um novo enlace
E muda tudo de uma vez!
E as pétalas que caem
Tomam caminhos diferentes
Pra chegar ao mesmo chão
Seja esse como for
O que vale é a essência
De cada flor

De: Isa Giorgiano

terça-feira, 11 de maio de 2010

só um ponto

Meus olhos já não pairam mais por aqui
Meus lábios já não sabem mais mentir
Minhas mãos traçam caminhos pelo ar
E sigo-os sem me importar
Cada passo
Cada volta
É um novo desafio
E os meus sentidos brincam comigo
Minha pele intensifica cada arrepiar
E ouso o assovio de seu uivar
Entrego-me no aconchego de seus braços
No reconhecer de seus cheiros
E abraço seu carinho como se fosse embora
E respiro suas palavras como se fossem as últimas
E ouço o salgar de seu suor como se fosse meu
E vejo seu calor como se fosse único
E vai embora, e são as últimas, e é meu e é único
E não há o que se possa fazer
E não há como deter
Que desse encontro
Reste só um ponto
Sinto falta de você

De: Isa Giorgiano

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os famisedentos

Minha vontade
de sonhar é tão grande quanto a de construir
Meus planos
infundados tão incríveis quanto os viáveis

chega dessa eterna briga entre o ir e vir
entre a razão e os sentidos
chega dessa baboseira de acreditar
que há só um modo de interpretar

Chega de descrença
mas também chega de ignorância
que a sede de aprender
seja sempre apoiada numa fome pelo ser

e que o faminto tenha sede
e que o sedento tenha fome

que a humanidade não dependa
da mudança de eras pra se contrapor
e que fome e sede sejam complacentes
numa eterna busca pela coerência

Percebam a vida que surge
no sabor inesgotável
dessa dor

De: I.Giorgiano

nós e nós

Nas ruas vazias
de onde vim
não havia fome alguma
mas também não havia comida
e também não havia quem comer
nem quem roubar
nem quem perder
nas ruas vazias
de onde vim
havia o nada e o tudo
de ser eu
não havia quem me julgasse
quem me odiasse
não havia quem amar ou conversar
havia uma eterna construção de mim mesma
uma eterna fortificação do meu próprio existir
e de repente dessas ruas saí
e vi povoados
vi florestas
vi o mar
vi fome,doenças e descrenças
vi esperanças persistencias e sonhos
vi então que minha construção
não passava de um telhado
sem rachaduras porém sem paredes
sem manchas porém sem cores
vi que só me conheci
depois de conhecer
o que sou capaz de fazer
num mundo cheio de nós
basta você me dizer
como quer que este seja
cheio dos nossos nós
ou cheios de nossa gente
que entre nós e os nós
deixe de existir a indiferença

De: I.G.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Invisíveis

Escuridão!
abro os olhos...
escuridão!
estou no meio do meu sonho
e ele é nada
quando um sonho é vazio
imagine como não está a realidade
nela,talvez, nem eu mais exista
afinal
não tenho renda
não me alieno em crenças
não faço parte de nada relevante
aos olhos dos que comandam
e ai ?
o que restou dessa vida
de conceitos?
dessa vontade de reajeito
faço parte do nada que é meu mundo
pra eles
e do tudo que ele é pra mim
faço parte dos sorrisos que ainda ouço
dos olhos que ainda brilham
nessa luta sem fim
que começa aqui...
Como existem planos
invisíveis assim?
AH! Que toda essa gente
seja transformada
em algo muito mais louvável
que esse triste confim!
Que virem céu
mar
que voem e proclamem
pra todas as mentes
seu modo de pensar
E que esses misturados
criem algo
mesmo que errado
que consiga caminhar
numa direção inesperada
dos novos passos
aos bagaços!
Que o invisível
vire o indignado!
E viva à tudo que está sendo ignorado!

de isa giorgiano

terça-feira, 27 de abril de 2010

Inove

Pra que esse medo
do desprezo
e do insano
se essas podem
ser as formas
do próximo cotidiano?

De: isa giorgiano

segunda-feira, 26 de abril de 2010

onde está a lei?

Onde está a lei?
na igualdade dos reféns
Dessa democracia absolutista
dos politiqueiros
Dessa monarquia indestronável
dos que tem mais dinheiro
Onde está o erro?
na cegueira
Dessa quietude inquebrável
dos que tem direitos
dessa paz miserável
dos que se apedrejam
se reajeitam
mas nao esquartejam
nenhum dos privilégios
que são desfrutados
pelos que tem mais
dos mesmos direitos

De: Isa Giorgiano

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Se, te em mim!

Se te entrego minha sinceridade
Peço que a entenda como uma gratidão
Se te cubro de falsos relatos
Peço que compreenda, não me aceitaria como sou
Se ligo sem nenhum sentido, nenhum assunto ou confissão
Peço que veja além das minhas palavras e descubra minhas aflições
Se sumo de sua vida ou me encho de outros compromissos
Peço que perceba que nem mesmo eu sei pra onde vou

De alegrias em alegrias me moldo em seus sentidos
Me descuido do que preciso,e desdobro-me no iludido
De feridas em feridas fecho parte do que sou
Mesmo que não for o melhor no instante, é o que sempre funcionou

Se choro sem motivos
Peço que me abrace
Se riu de coisa alguma
Peço que me acompanhe
Se deixo de falar algo
Peço que me abrace
Se falo mais do que devia
Peço que me acompanhe

Se nada em mim mais faz sentido
Peço que não entenda
Se nada em mim mais tiver graça
Peço que me esqueça

De isa Giorgiano

quarta-feira, 21 de abril de 2010

.

Desastres e males
que linda solução
Venham!Vamos matar gente
e sair sem punição
o mundo olha e sente
que de todos os cadentes
a moral é o pior patrão
Venham! Vamos mostrar
enchentes, tremores e furacões
quem pode ser culpado
pela ira inevitável
desse imenso turbilhão?
vamos esquecer
das fraudes
dos impasses
da fome, do pobre
da impune ambição

Venham! Vamos alienar os descontentes
com todos esses shows
vamos tirar dessa gente
a sua força de opinião
as causas de suas rebeliões
Venham!Vamos matar o monstro,
enorme e disforme,
da indignação!
Venham, vejam, mortes naturais!

De isa giorgiano

quarta-feira, 14 de abril de 2010

nesse mar

Nesse mar de receios
vagam nossos anseios
sujeitos a toda ventania
que as velas embalar
submissos a cada escolha
que nossa lógica cogitar

Nesse mar de receios
vagam nossos desfechos
sujeitos a todo caminho
que o leme desejar
submissos a cada escolha
que nossa alma implorar

Nesse mar vagam nossos sujeitos, ah, que submissos,que nossos!

De: I.Giorgiano

terça-feira, 13 de abril de 2010

Medidos

Tudo a volta, sem saída
Nada em torno da medida
Os passos falam
De outras eras
As bocas agem
Sem espera

Olhos vibram
Num calor
Sem resquícios
De pudor

A medida é transformada
A batida dessincronizada

E todos pulsam
Conforme o seu querer
Nas ressonâncias
Do desentender

Mas ainda caminhamos
Pelas comparações combinadas,
Meros empalhados!
Tudo em volta da medida
Nada em torno da saída!

De: Isa Giorgiano

sábado, 10 de abril de 2010

Ser-humano

Ser-humano
Não quero fazer um resgate do humano que existe em todo ser
mas um resgate do ser que existe em todo humano
seja humano?
sejam humanos?
sejamos, sejais, foram? é?
que diabo somos
que nem anjos nos parecem compreender?
e o que foi que restou
daquela velha vontade de nos entender?
que coisas temos
que coisas queremos ser?
o indescritível virou out
e o supérfluo virou freguês
ser-humano?
quem sabe Hum ano o ser

de: Isa Giorgiano

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Recicle você

Sua boca virou lixo
Seu lixo são suas glórias
Suas glórias maçantes
Macetes de como não devemos ser
Intolerantes
Infundados
Impensantes
Mostras do que ainda admiram
Num  grande  homem
O lixo grande
E irritante...
In-reciclável

De: Isa Giorgiano

terça-feira, 6 de abril de 2010

Poesia

Poesia
É escrever
A regra absoluta
do transparecer
de cada exceção
Mostrar que em cada esquema
existe uma confusão
E em todo o  confuso
uma iluminação.

De  isa  giorgiano ;]

quarta-feira, 31 de março de 2010

um pouquinho e ponto.

Um pouquinho de sonhos
pra alegrar e alimentar
os rebanhos
que não "podem" voar

Ah ! Só uma pitadinha de sonhos!
e ponto.
Estão todos soltos
na prisão do respirar.

De isa  giorgiano

segunda-feira, 29 de março de 2010

Onde estamos?

Onde estamos?

No isolamento imprudente
De nossas obcessões
Permanentes?
Um carro por ano
Um sonho por semana
Um dilema por segundo

E quem é o maluco?
O  hippie ou  o chique?
O  jovem caduco.

E aonde vamos?
Pro bixo ou pro lixo?
Vamos parar na  reciclagem
Da saliva de algum  leão
Nos afogar num chiqueiro de caducos malucos
Que  fazem dos nossos dilemas
Meras ficções

Que revertem em tangentes
Quaisquer meias rebeliões
Onde estamos?
No mesmo pinico

De  isa  giorgiano

quinta-feira, 25 de março de 2010

trabalho para o musical

É um trabalho que eu tive de fazer, de relacionar uma música com um poema e uma cena muda. A música é apneia do Kid Abelha e o poema é meu ( a música são os trechos em negrito).


Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nada soube, nunca saberei
Sigo sem saber

Se sou do mundo
E esse, por cativo,
É um pouco meu também

Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar

Por que não sigo suas leis
Por que não vivo como seu fiel refém
Sem desdém

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar

Prefiro dar a cara pra bater
E contar vantagem de meus falsos risos
Como se da alegria eu fosse perito
E da imprudência uma prova viva

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas pedras
De seu não respirar

Afundo na insensatez
Da significancia de meus atos
Na tentação de uma existência
Que não acabe em bigatos

Nesse mar os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só pra me afogar

E em todos os caminhos
A própria mente acaba
Como minha areia movediça

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar passar
Vou errando enquanto o tempo me deixar

E erro assim em julgar-me segura
A minha própria mente
Má semente
Minha areia movediça

;]

quarta-feira, 24 de março de 2010

previsão

Caí na escuridão.

perdida em receios
em conselhos
no retrato feito
e doído
do meu próprio destino
como se essa imagem
prévia
fosse imóvel

um ciclo e só.

único
sozinho
isolado
impossibilitado

cansado de si
de tão previsível
e temível

inatingível

mas não o é!

e a queda se estende
e entende
que a queda não tem fim
é o fim?

de isa giorgiano !

terça-feira, 23 de março de 2010

Pra quem precisar...

Quem precisar de ajuda
Quem precisar de abraços
Quem precisar de sonhos
Quem precisar de laços
Quem precisar de olhos
De bocas ou de braços
Entenda uma coisa
Procure uma alma

Das ruas ache os becos
Das praças os canteiros
Esqueça os monumentos
Esqueça de si mesmo
Ajuda sempre há
Onde não há problemas
Pois esses sempre estão
Nas nossas cabeças

Nos cálculos, nos caprixos
Ou naquilo que criamos
Seus desejos não vão além
Daquilo que almeja

Quem precisar de coisas
Quem precisar dos outros
Entenda uma coisa
Faça outros planos

E assim terá outra mente
Outra gente, outros nós
Pra procurar ajuda
Nos braços, laços e abraços
Das almas que esqueceu

de Isa Giorgiano ;]

segunda-feira, 22 de março de 2010

Toda a experiência !

Sabedorias ou Cegueiras
é o que resta da experiência
paciência
um dia tua cegueira talvez vire
complacência

De: Isabela Giorgiano

domingo, 21 de março de 2010

Apenas boas vindas !

Vindas de qualquer lugar
de um surto, um absurdo
um desejo ou um estalar

idas que se estendam pelo ar
e pelos campos e avanços
e além de tudo que se pensar

que venham
que vão
que mudem de direção

que os nomes sejam fato
e que o tempo
apenas um artefato

que nenhuma desconstrução
seja ignorada ou mencionada
apenas num porão

e que os dias e os meses
e as estaçãoes e o nada
e o tudo e o mundo
nao passem de convicções

que venham
que vão
que mudem de direção

que sejam apenas
bem vindas
nas idas e vindas
de uma boa
boas vindas !

de Isabela Giorgiano
sejam bem vindos ;]