quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olhe

Olhe!
de meus medos
sei muito bem
e de meus desejos
muito além

das vitórias
sei todas as derrotas
das decisões
todas as dúvidas

dos amigos
os perfeitos
e da perfeição
os defeitos

das riquezas
a história
e dessa as lições

da coragem
os riscos
do apoio
a gratidão
da saudade
a ilusão

mas olhe!

dos olhos
sei o indescritível
e dessa sensação
todos os sorrisos

De: isa griorgiano

O valor do concreto!

Veja! Concreto!
É seguro, preciso
Olhe de perto...
O que tanto valoriza
Uma massa cinzenta
De números e cálculos
Qual é o valor do exato?
Valor, certeza, segurança
Tudo isso, meu caro
É abstrato!

De:Isabela Giorgiano

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quero o mundo
Quero o nada
Quero o riso
e o choro
e o abismo
o abraço.
E não há o que se encaixe
e não onde me encaixem
Quero uma caixa
um buraco qualquer
onde possa botar o infinito
de toda imprecisão
o infinito de cada sensação
que me expulsem
que me humilhem
que me insultem
mas que deem alguma consideração
ao vazio absoluto dessa perdição
ao circuito fechado
de todos os pensares
como nos levaram a insolução?
Quero conivência com o humano!

De: Isabela Giorgiano

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ordem de grandeza

e esse mundo?
e esse homem?
e esse húmus?

De: Isa Giorgiano

sábado, 12 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quem é o alojado?

Uma toca sob meu telhado
quem é o alojado?
Os retirantes
fazem festa
no casar
da nova orquestra
que sabor fará discreto
seu destino por completo?
que sabor divulgará
tudo aquilo que encontrar?
Os retirantes
fazem luta
no divorcio
dessas putas
que sabor será honesto
e seu destino um manifesto?
que sabor expor-se-a
a tudo aquilo que odiar?
Quem será o alojado
e de quem é esse telhado?

De: Isabela Giorgiano

terça-feira, 1 de junho de 2010

genial geração

Nós somos a geração que procura por gênios
Somos a genialidade da casca vazia!
Sem necessidade de crenças
De ideários
De lendas
Ou de ousadias
Sem quaisquer objetivos se não a morte digna
Digna de coroas de flores fedidas
De pessoas chorosas, não doloridas
De emendas no epitáfio
E da certeza de que nossos ensinamentos
Serão respeitados e seguidos
Ou até proclamados:
Clareza aos que não precisam de maiores explicações!
E desventuras àqueles que acharem de tal afirmação uma injuria
O pão e circo virou garantia para
Deterem todos os pensamentos num único fim
O de fazer de tudo um consumo
E do consumo um elixir
Tornando todos um amontoado
De genialidades de ego
E só
Um ego bobo e vaidoso
Que foge qualquer alvoroço
Que possa sua imagem ferir
E ainda sonhamos
Com um lugar mais justo
Mas sonhos sem lutas são torturas
Ilusões ilustres
Realidades inúteis!
Real identidade de uma geração
Que procura por gênios
Que tem a genialidade da casca vazia
Uma gente nada genial!

De: Isabela Giorgiano