terça-feira, 10 de março de 2020

Um presente me foi pendurado no céu
com o brilho do seu colo
que em nosso abraço
nos nina em cafunés

Vou escalar seu dorso
Até alcançar no topo
o gozo
desse brilho redondo
que nos reflete o sol

Vou ler suas veias
me enroscar nas teias
que cruzam nossas pernas
como cruzam os animais

Vou me guiar no clarão dessa noite
que como seus olhos
me sorri em nosso suor

Vou misturar nossos corpos
até que seus braços
me tirem do chão
e me ponham a voar
tão alto
que ao tocar a lua
só a nuca tua
me retorne então.