E a rua que é a rua e só
só é a alma da democracia
o berço do olhar igualitário
Na rua, pela rua somos
Apenas donos da nossa liberdade
somos
É isso, apenas somos
e vamos e voltamos
sem ter mais do que somos a dizer
A rua exibe independência
mas ao mesmo tempo
a rua é a, é ante
após, até
é com, é contra
de, desde
em, entre
ela é para, é per, perante, por
É sem
sob, sobre, trás
A rua é o que une
O que enriquece
Mas não se esqueça
que impuseram à rua
O pudor
Ruem!
Ruem, arruínem, atentem
o inibidor das mentes
Sejam mais rua que pudor
Sejam gente.
I.G.
terça-feira, 29 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
A felicidade é um arquipélago
Nadamos mais uma vez
num emaranhado de tempo perdido
agoniados, ressentidos
com medo dos próprios suspiros
as cores dessas dores
não nos interessam
os males e outros temores
são tudo o que nos restam
Nadamos- porém- de cabeça erguida
procurando as próximas ilhas
planejáveis, imagináveis
num todo, apenas palpáveis
as cores dessas dores
ainda não nos interessam
os corais e Iemanja
não nos culpam da displicência
A falha dos errantes
A distração intolerante
de não vos admirar
de não querer o afogar
A falta absoluta
de um saber que se não se escuta
não se vê, não se crê, se sente
A felicidade é um arquipélago
não se ensina, se aprende
A felicidade é um arquipélago
suas ilhas urgem
porque há mar.
De: Isa G.
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