Nadamos mais uma vez
num emaranhado de tempo perdido
agoniados, ressentidos
com medo dos próprios suspiros
as cores dessas dores
não nos interessam
os males e outros temores
são tudo o que nos restam
Nadamos- porém- de cabeça erguida
procurando as próximas ilhas
planejáveis, imagináveis
num todo, apenas palpáveis
as cores dessas dores
ainda não nos interessam
os corais e Iemanja
não nos culpam da displicência
A falha dos errantes
A distração intolerante
de não vos admirar
de não querer o afogar
A falta absoluta
de um saber que se não se escuta
não se vê, não se crê, se sente
A felicidade é um arquipélago
não se ensina, se aprende
A felicidade é um arquipélago
suas ilhas urgem
porque há mar.
De: Isa G.
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