segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os famisedentos

Minha vontade
de sonhar é tão grande quanto a de construir
Meus planos
infundados tão incríveis quanto os viáveis

chega dessa eterna briga entre o ir e vir
entre a razão e os sentidos
chega dessa baboseira de acreditar
que há só um modo de interpretar

Chega de descrença
mas também chega de ignorância
que a sede de aprender
seja sempre apoiada numa fome pelo ser

e que o faminto tenha sede
e que o sedento tenha fome

que a humanidade não dependa
da mudança de eras pra se contrapor
e que fome e sede sejam complacentes
numa eterna busca pela coerência

Percebam a vida que surge
no sabor inesgotável
dessa dor

De: I.Giorgiano

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